O impasse nas negociações entre o governo e as entidades que
representam os professores de universidades públicas se mantém, com a
mais uma rodada terminando sem acordo nesta segunda-feira. A greve nas
universidades federais, que já dura mais de dois meses, permanece. O
governo disse que irá avaliar as reivindicações apresentadas pelos
sindicalistas, mas avisa que não há margem para ampliar o impacto do
reajuste já proposto na semana passada e que, nos próximos três anos
será de R$ 3,9 bilhões.
O
secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento,
Sérgio Mendonça, afirmou hoje após a reunião que governo e entidades
ainda não estão perto do acordo, mas que nova rodada de negociação está
marcada para amanhã. A assessoria do Planejamento afirmou que o corte ou
não do ponto dos professores grevistas depende de cada instituição,
dentro da autonomia universitária. De acordo com fontes do Planejamento,
a reivindicação proposta pelas entidades implicaria em um impacto de R$
10 bilhões nas contas públicas.
A presidente do Andes (Sindicato
Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Marinalva
Oliveira, afirma que a proposta apresentada pelo governo implicará em
perdas salariais para a categoria, por isso ela foi rejeitada. Ela não
quis dar os números do impacto das reivindicações da categoria e afirma
que o reajuste está sendo debatido em outra mesa de negociações.
Indagada sobre a continuidade do movimento grevista e o prejuízo para os
estudantes universitários, a presidente do Andes afirmou:
- O
governo tem que responder (pela manutenção do movimento grevista). A
categoria está insatisfeita com a proposta apresentada. Se os
professores continuam em greve, a responsabilidade é dele (do governo).
Nossa greve não é ilegal, quem não avança é o governo.
Segundo
Marinalva, há grande divergência de concepção entre a categoria e o
governo e que está em debate a reestruturação da carreira e a proposta
do governo prejudicou, entre outras coisas, a progressão na carreira.
Ela criticou, entre outras, a exigência de critérios de produtividade
para progressão na carreira.
- O governo achava que a proposta
apresentada é um avanço, mas ela desestrutura a carreira. Queremos a
correção das distorções salariais. Se um professor tem a mesma função,
tem que ter o mesmo reajuste. A proposta atual é pior do que (a
progressão de carreira) a que existe hoje, exige critérios de
produtividade para progredir na carreira - afirmou a presidente do
Andes, explicando que é preciso garantir também possibilidade de
progressão por tempo de serviço e não apenas por aqueles que conquistam
títulos (em mestrados, doutorados).
O secretário de Ensino
Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, disse que houve acordo
para a criação de um grupo de trabalho para discutir critérios como
carga horária mínima e progressão na carreira dos docentes.
- Não
acredito que dentro da comunidade acadêmica você possa colocar que uma
carreira não tenha que se basear em qualificação, produção acadêmica, em
dedicação à instituição. Acho que ninguém pode concordar com isso. O
que talvez estejamos divergindo é que achamos que é necessário agora
montar esse grupo de trabalho para definir questões que não
necessariamente deveriam ser discutidas nessa mesa - disse Amaro Lins.
Presidente
da Federação de Sindicatos dos Professores de Instituições Federais de
Ensino Superior (Proifes), Eduardo Rolim de Oliveira, cobra do governo
uma solução para o impasse:
- O governo não mudou nada na proposta
dele. Colocamos 15 pontos fundamentais na negociação e esperamos que o
governo seja sensível e se posicione sobre eles.
Um dos
coordenadores do o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da
Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). Gutemberg
Almeida, diz que o governo criou "barreiras" para impedir a progressão
na carreira e que isso implicará em aumento da carga horária dos
professores:
- Queremos critérios equânimes para progredir na carreira. Existe um discurso de valorização que não se vê na proposta.
Olá, sou estudante universitário da UFRRE/UAG.
ResponderExcluirConcordo com a greve dos professores, mas fico desesperado em perceber que já são mais de 60 dias sem aula e que estou sendo prejudicado (junto a todos meus colegas). A greve é justa, o que não é justo é o governo permanecer blindado frente a esta. Sim, o culpado é o governo que não trata Educação como uma das bases que fortalecem um país. Por quê o Governo gasta tanto com obras para a Copa e para as Olimpíadas e não gasta em Educação e Saúde? Simples, para o Governo o que interessa não é qualidade e sim quantidade e exibicionismo; sim, porque o Governo quer exibir um país bonito e tecnológico para o planeta durante a Copa e as Olimpíadas, só que esquecem que esses eventos passam e Educação de qualidade é o que fica e ajuda a melhorar um país!
FICO INDIGNADO COM TANTA HIPOCRISIA DESTE GOVERNO QUE SE DIZ O MELHOR QUE O PAÍS JÁ TEVE!
SERÁ MELHOR QUANDO PARAREM DE USURPAR O DINHEIRO PÚBLICO E PASSAREM A INVESTIR EM SAÚDE, SEGURANÇA E, ENTRE OUTRAS COISAS, EDUCAÇÃO!!!
Obrigado pelo espaço para o desabafo de um estudante universitário aflito e incomodado com tanta hipocrisia e falta de compromisso!!!