sexta-feira, 20 de abril de 2012

Acusado de canibalismo deu golpe e planejou matar a mãe, diz irmão

A família de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 50, preso em Garanhuns (230 km de Recife) acusado da morte de três mulheres afirma que foi vítima de golpe. Segundo parentes, o homem –acusado de integrar uma seita canibal– teria roubado R$ 80 mil em dinheiro, cheques e compras com o cartão de crédito da mãe, Zélia Beltrão Negromonte da Silveira, 74, que mora em Olinda, região metropolitana do Recife. Além disso, Jorge teria um plano para matá-la para, assim, ficar com a herança, afirma um irmão dele. Segundo parentes, o caso de estelionato ocorreu em 2007, quando a família tomou conhecimento do roubo, e os irmãos teriam proibido Jorge de frequentar a casa dos pais. “Expulsamos ele da família e nunca mais tivemos notícias dele. Somente agora, ao vermos as reportagens na TV mostrando o que ele fez com as mulheres, que tivemos notícias. Nossa mãe chorou muito ao saber das denúncias e disse que não o perdoa”, afirmou Jeová Negromonte, um dos irmãos do acusado.
“Descobrimos antes [o plano para matar a mãe], e como ele não conseguiu matá-la, aplicou o golpe, roubando R$ 80 mil”, acrescentou Jeová. Empregada da casa há mais de 20 anos, Silvânia Maria da Silva também confirmou o golpe e disse que o caso foi relatado à polícia.
Evangélica, Zélia Negromonte está sob efeito de remédios depois de receber notícias sobre o filho, que não via há mais de cinco anos. Segundo Silvânia, Zélia reconheceu o filho pela televisão. “Imagine uma idosa saber de uma notícia dessas e ainda ver que é um dos filhos que está envolvido. Não é fácil. Estamos estarrecidos e todos nós estamos sofrendo”, disse, citando que Zélia “não está em condições emocionais” para conversar com os jornalistas.

Ameaças

A família de Jorge diz estar chocada com as “atrocidades” e que está sofrendo ameaças de pessoas desconhecidas que estariam rondando a casa.
“Já prestamos queixa na delegacia e queremos que as pessoas saibam distinguir o que Jorge fez e o que é a nossa família. Somos pessoas de bem, cristãos e não fizemos parte, nem tampouco compactuamos, com o que ele fez”, disse Silvânia.
Jeová contou que os familiares estão evitando sair de casa e sofrem com o preconceito até dos vizinhos. “Não tenho coragem de por a cabeça fora de casa. Minha mãe está de cama, só faz chorar desde que soube de tudo”, disse.
A família declarou que não tem interesse na guarda da criança de 5 anos que morava com o trio acusado de canibalismo e via parte dos rituais de assassinato.
Segundo investigações da polícia, a mãe da criança chama-se Jéssica Camila da Silva Pereira, que tinha 17 anos à época que foi assassinada pelo trio, em Olinda. A família de Jéssica tinha dado as duas como desaparecidas e, com a repercussão do caso, já se manifestou que quer a guarda da menor.

Fonte: UOL

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